Inglaterra


Recentemente em minha viagem pelo Sul da Inglaterra, tive a oportunidade de conhecer alguns lugares menos, digamos assim atrativos turisticamente, mas muito significativos dentro do imaginário da bruxaria inglesa. Tive o prazer de percorrer alguns lugares na região de Essex, emblemática pela sua relação com a bruxaria. Ali foi um dos lugares percorridos por Mathew Hopkins (the witchfinder) na caça às bruxas compreendida entre 1645 e 1647 onde foram enforcadas 112 pessoas. Hopkins deve ter se utilizado das histórias e lendas do local para reforçar a crença no poder do diabo entre os camponeses. É em Essex também que ouve-se falar de um famoso bruxo de Canedown George Pickingill, que viveu no século XIX e início do XX e que muito acreditam ter sido líder de nove covens. Um destes covens teria sido o New Forest Coven que Gardner dizia ter sido iniciado. Já que eu estava em Bournemouth, pertinho de onde Gardner chegou a morar, fui visitar New Forest e obviamente Christchurch a cidade vizinha onde Gardner entrou em contato com o grupo de bruxas que o teria iniciado. Eu queria procurar a suposta residência de Old Dorothy, infelizmente não tive tempo de encontrar, porém descobri que hoje a casa está à venda.
     Em New Forest, visitei obviamente a Pedra Rufus e o pequeno vilarejo de Burley, onde os moradores contam com orgulho sobre sua famosa bruxa que caminhava pelas ruazinhas todas as tardes, ninguém mais ninguém menos que Sybil Leek. A loja fundada por ela Coven of Witches continua lá de pé. De fato New Forest é única.
     Em Londres uma caminhada pela Charing Cross, ouvindo Coven in Charing Cross da banda Coven foi surreal. Por lá literalmente pipocam antiquários e sebos, com preciosidades ocultistas como a loja e livraria Watkins do século XIX. Não comprei nenhum manuscrito raro do Crowley, mas consegui um exemplar de The Children of Cain (numerado) de Michael Howard (criticado por alguns e bastante lido por outros), primeira tentativa de construir uma narrativa da história da bruxaria tradicional.


     Subindo a até a King’s Cross e indo para Hammesmith, onde morou durante um tempo o grande Magister Robert Cochrane, é uma volta no tempo.
Em caminhadas pelos pontos turísticos mais famosos, nenhum me chamou mais a atenção do que o Museu Britânico. Não sei se é porque como professor de História sempre via nos livros didáticos as imagens de objetos que estão no Museu, mas uma nostalgia pareceu me dominar quando lá entrei. E para minha surpresa o Museu estava com uma bela exposição relacionada a bruxaria. Era demais.

Apesar de ter as libras contadas no meu bolso, não resisti a levar para casa o livro oficial da exposição. Num outro momento falo mais sobre ela.


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